PRIAPISMO - Ereção por muito tempo pode ser doença

“O senso comum masculino pode até discordar, mas ter ereção por horas é sinal de doença e não de virilidade, afirmam os médicos” Desde sempre a ereção foi o maior indicador de virilidade masculina. Qualquer instabilidade nessa verticalização era considerada ameaçava não só para a honra, mas também ao desenvolvimento pessoal e sexual, como um fantasma assombrando homens independentemente da idade, classe social ou status econômico. A popularização de medicamentos que combatem a disfunção erétil conferiu mais segurança e autonomia ao cromossomo Y, no entanto, levou muitos homens sem qualquer diagnóstico indicado, a automedicação em busca de “garantias extras”. 

Esse culto à ereção pode levar homens a sentir na pele as complicações do excesso. Estudos apontam que o uso contínuo de fármacos para disfunção erétil como papaverina e alprostadil pode desenvolver o priapismo, condição médica caracterizada por ereção prolongada, de três a seis hora, com ou sem dor, podendo levar a intervenções cirúrgicas e até a impotência sexual definitiva. 

Uma das maiores autoridades no assunto, o doutor em urologia, Paulo Egydio falou com exclusividade sobre priapismo. 

“Ereção prolongada e contínua é sinal para procurar um pronto socorro ou urologista, não espere sentir dor. Pois em alguns casos o paciente não sente, apenas percebem que há algo estranho, mas geralmente não procuram ajuda. São dois tipos de priapismo, o de baixo fluxo e o de alto fluxo. O mais comum é o de baixo fluxo onde o sangue enche o corpo cavernoso, mantém ereção e não há renovação, levando a falta de oxigênio e morte celular. Isso ocasiona fibrose (cicatriz) no interior do pênis. Nesse caso é preciso remover esse sangue por punção. Se não tratado pode levar a impotência. Nesse caso, é necessário um implante de prótese peniana, porém não é um implante comum. A fibrose exige técnicas especificas e um profissional experiente”, explica Egydio. 

A grande diferença estará na consistência do pênis que nessa condição, não é de tanta rigidez, parecendo mais um estado parcial de ereção, sem causar dor e muitas vezes sem prejudicar o ato sexual, isso porque – no caso do baixo fluxo – o sangue chega em grande volume e de forma rápida ao pênis, enquanto o escoamento é lento, gerando assim o estado de ereção prolongada. 

Membro da Sociedade Brasileira de Urologia, da Associação Europeia de Urologia e da Sociedade Internacional de Medicina Masculina, Dr. Paulo Egydio destaca que o diagnóstico está associado a fatores de predisposição como o sangue mais grosso associado ao uso de medicamentos como antidepressivos e os citados no início da reportagem e, consumo de álcool e drogas como a cocaína. 

“Não é raro nas pessoas que possuem histórico de anemia falciforme na família, essas tem grande predisposição para o surgimento do prispismo, isso porque a estrutura das células, mais rígidas, dificultam a circulação sanguinea no pênis”, comenta. 

 

 

Saiba mais sobre o Priapismo:  

  • Ocorre com maior frequência após os 12 anos de idade, 
  • Aproximadamente 30% a 45% dos pacientes com doença falciforme relatam pelo menos um episódio de priapismo. C
  • erca de 90% dos pacientes que apresentam complicação são portadores da anemia falciforme 
  • Não existem medidas preventivas, já que as causas são inúmeras e, muitas vezes, completamente misteriosas. 

 

As causas do priapismo: 

  • Idiopático, significa causa desconhecida (32% dos casos) 
  • Abuso de álcool ou medicamentos (20%) 
  • Múltiplos fatores (12%) 
  • Trauma perineal (10%) 
  • Distúrbios inflamatórios do trato geniturinário (8%) 
  • Outras causas: Doença tromboembólica sistêmica, Doença Drepanocítica, Linfomas, Leucemia, Câncer vesical, Câncer prostático, Metástases (comprometendo estruturas locais).
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